sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

STREET FIGHTER II - O REI DA PORRADA


Que venham todas as versões de Mortal Kombat,Killer Instinct,Tekken,The King of Fighters,Fatal Fury, Guilty Gear, Super Smash Bros,Virtua Fighter, etc. Com STREET FIGHTER 2 ninguém pode! Nunca houve (e provavelmente nunca haverá) um jogo de luta mais empolgante e cativante do que essa pancadaria infernal de rua! Começando pela jogabilidade que fez escola, gráficos de arrasar (isso mesmo!), trilha sonora de permanecer em looping na mente e principalmente, os personagens mais carismáticos que um jogo de pancadaria jamais teve! That’s right! Danem-se as dezenas de animações FMV ou centenas de linhas de diálogo dos jogos atuais. As poucas, porém memoráveis cenas de SF2 possuem uma intensidade dramática que um KOF da vida jamais chegará a ter. Este post é uma humilde homenagem aos 12 maiores lutadores de rua de todos os tempos!

Vai encarar essa turma?

Seguem informações básicas sobre esses porradeiros que apesar de velhinhos, ainda continuando fazendo estragos e deixando quantidades avassaladoras de hematomas, ossos fraturados e poças de sangue pelo caminho! Sem esquecer os dedos cheios de bolhas é claro!

RYU (JAPÃO) – É o protagonista da história. Provavelmente o lutador com maior potencial do Mundo, Ryu Hoshi dispensa chinelos e vaga solitário pelo mundo em busca do mais forte. É provavelmente o personagem mais famoso dos jogos de luta. Seu surrado kimono branco e a faixa vermelha na testa são inconfundíveis. Assim como as técnicas Hadouken, Shoryuken e Tatsumakisenpukyaku, que estão presentes em 90% dos jogos de luta. Ou seja, Ryu é o pai da meia-lua para frente e Y, por exemplo. Apesar de só saber fazer duas coisas (perambular e brigar), tem bom coração e está sempre pronto para ajudar os necessitados (ui!). Natural do Japão foi treinado junto com Ken (não é o da Barbie) pelo grande mestre Gouken/Sheng Long (não é do Dragon Ball). Seu cenário é um templo japonês. Ao fim da batalha final, Ryu deixa os oponentes espancados para trás e parte em busca de novos desafios e o aperfeiçoamento de suas técnicas. É um rapaz dedicado!

KEN (USA) – Cópia oxigenada de Ryu, apenas com cabelos e kimono diferentes, Ken também é seu melhor amigo. Diferente do amigo caipira, Ken é um playbloyzinho que não se decide entre seguir uma vida de pancadaria ou se casar com a Barbie, digo Eliza e sossegar o facho (no final do jogo você descobre). Também é bom de briga e é considerado o maior lutador americano de Street Fighter. Suas técnicas são idênticas às de Ryu, mas com o tempo (e as versões posteriores), foi se diferenciando cada vez mais e ganhando um estilo mais agressivo. No lendário Street Fighter 1, você jogava com Ken se fosse o player 2, eita preconceito. Seu cenário é um porto com um navio caindo aos pedaços ao fundo. No final, após derrotar M.Bison, Ken decide se casar com Eliza e deixar a porrada de lado. Não preciso nem falar que se arrependeu depois...



CHUN-LI (CHINA) – Rostinho de criança e pernas de fisiculturista, você provavelmente já deve ter sido espancado por ela. A mulher mais forte do mundo está em busca de vingança contra M. Bison pelo assassinato de seu pai. A única representante feminina do jogo (o que torna o fato dela ser a mulher mais forte do mundo redundante) não deixa barato e bate com força, dando preferência aos seus poderosos e “curvilíneos” chutes. Seu cenário é um típico bairro chinês (iraquiano que não vai ser), com direito a figurantes andando em bikes iradas e um sujeito torturando uma galinha, pois não acredito que algum ser humano demore tanto tempo para quebrar o pescoço da coitada. No fim do jogo, após derrotar nosso chapa Bison, Chun-Li visita o túmulo do pai e diz que até o próximo jogo ele pode descansar.



GUILE (USA) – O milico nervosinho com cabelo de prego e sem sobrancelhas está atrás do homem que matou seu melhor amigo (sei...) e mentor, Charlie. Não preciso nem falar que o assassino é o Bison. Guile deixou a mulher e a filha para trás e se tornou em homem cego pela vingança. Após derrotar os outros street fighters, Guile os manda para casa e diz para eles serem homens de família (Go home and be a family man!). Mas se você espera que ele enfrente o Senhor Bisão e diga o mesmo está enganado. O cabeludo estava prestes a matar o sujeito do quepe vermelho quando sua esposa e filha surgem da multidão e com um pouco de psicologia inversa, o impedem de manchar as mãos com sangue e o levam para casa onde o obrigam a vestir um assombroso blusão de lá branco e a brincar com o cachorro. Se um dia você se alistar, peça para servir no pelotão do Guile, porque como comprova seu cenário, ninguém faz porra nenhuma naquela base! Uma curiosidade é que a esposa de Guile é irmã de Eliza, a mina do Ken, ou seja, os dois são co-cunhados. Calma Guile, podia ser pior. A Eliza poderia estar namorando o MISTER BISON!


E.HONDA (JAPÃO) - É o gordo da turma. Lutador de sumô, quer mostrar que os praticantes desta arte são os maiores artistas marciais do mundo (isso já foi comprovado, são os maiores mesmo). E.Honda é um personagem lento, mas o mesmo não pode se falar de seus tapas, seu principal ataque. O gordinho ainda gosta de usar seu tamanho para proporcionar dores extremas nos oponentes, como pular em cima deles ou dar um generoso abraço suado. Gosta também de dar cabeçadas rasantes. E eu pensei que sumô consistia em derrubar o oponente da arena... Após derrotar o último oponente , E.Honda finalmente consegue mostrar a superioridade dos lutadores de sumô, e não só em tamanho. Seu cenário é uma sauna com uma (penso eu) puta tela widescreen ao fundo que exibe um japa louco.


BLANKA (BRASIL) – Por mais que eu goste do Blanka, é foda os representantes que colocam para nosso país. Uma fera VERDE que ataca o oponente com mordidas, cambalhotas, choques e fica soltando grunhidos. Pior que ele só o cenário. Imagine o sertão alagado e com uma enorme serpente assistindo alegremente a luta. Mas ataques de pelanca à parte. Vamos falar do nosso amigo Jimmy. O garoto sofreu um desastre de avião e ficou anos perambulando na floresta amazônica. A aparência exótica se dá ao fato dele, durante uma tempestade, ter sido atingido por um raio. Mas o destino reservava um final feliz para o verdinho. Após morder algumas vezes Mario Bison, o mesmo libera a mãe de Blanka que aparentemente estava sendo mantida em cativeiro. Só não acho que beleza de filho aos olhos da mãe ultrapasse todas as barreiras.

ZANGIEF (RÚSSIA) – Pobre Zangief. É simplesmente o lutador mais chacoteado de todos. Apesar da força descomunal de seus golpes, seus pulinhos incapazes de serem utilizados para pular um Hadouken e seus golpes de difícil execução o transformam em um grande saco de pancadas para a maioria dos jogadores. Isso sem contar seu visual exótico, com cuequinha, botas munhequeiras, cabelo moicano e um peito peludo capaz de fazer o Blanka tremer. Zang ama a mãe Rússia e quer a todo custo mostrar a força da mesma. Como todo bom proletariado, o gigante tem como cenário uma gigantesca fábrica cheio de indivíduos alcoolizados. Para piorar, preenche seu final dançando ao lado de ninguém menos que Mikhail Gorbachev!


DHALSIM (ÍNDIA) – O pacifista mais violento do mundo é outro que está atrás do M.Bison. O sósia de Gandhi cospe fogo e é capaz de esticar braços, pernas, tronco e pescoço a longas distâncias. Dhalsim não anda, se arrasta, mas é um oponente traiçoeiro, ainda mais com os perigosos “parafusos” que desfere. Seu cenário é um palácio indiano (que duvido que seja dele). Após escorraçar Bison, Dhalsim volta para sua Terra e para seus 385,7 filhos.




Fechando os 8 personagens, chega o momento de listar eles, os temíveis chefões de Street Fighter II. Encabeçados pelo lunático M.Bison, essa turminha do barulho não deixa barato e apronta confusões que até Deus duvida!
Sobre a confusão dos nomes dos vilões que ocorreu na versão americana, vou usar o padrão americano mesmo, por ser mais popular. Quem não sabe sobre o assunto que se envergonhe. E eu não vou explicar nada!
Vamos lá.


BALROG (USA) – Imagine o Mike Tyson. Imaginou? Pronto. Não preciso falar mais nada sobre Balrog. Ele é simplesmente a versão “streetfighteriana” do nosso amigo canibal. Os dois tem socos poderosíssimos, são extremamente violentos e não são do tipo mais simpático que há. Um fato que tenho que ressaltar sobre Balrog é sua incapacidade de desferir um chute. Seis botões de ataque e todos são socos. Claro que há um agarrão com cabeçadas, mas nem mesmo há uma joelhada! Como todo bom boxeador em decadência, Balrog passa os dias em Las Vegas e dinheiro é só o que importa, como fica bem claro em seu final. Uma teoria. Se Mike Tyson mordesse a orelha de Holyfield antes de SF II, um dos ataques de Balrog consistiria nisso? É de se pensar!



VEGA (ESPANHA) – O toureiro narcisista que emite gritos mais estridentes que a Chun-Li é um dos violentos de Street. Representante máximo das “três garras” antes do Wolverine se popularizar em níveis culturais no Brasil, Vega é um oponente terrível. É muito veloz, ágil e seus golpes confundem o adversário. O esguio assassino chamou a atenção de Bison, que resolveu contratá-lo como capanga. Utiliza uma máscara para evitar que seu lindo (apenas para ele) rosto seja ferido.





SAGAT (TAILÂNDIA) – Eis um cara que eu respeito muito. Sendo uma versão turbinada de Ryu e Ken (é incontestável a similaridade de alguns golpes entre os lutadores), esse gigante caolho com uma cicatriz no peito é um dos lutadores mais temíveis da história de Street Fighter. Em uma época sem Akumas e M.Bisons , o Imperador do Muai Thai comandava geral com seus poderosíssimos chutes e joelhadas. Até que foi desafiado e posteriormente derrotado por um jovem carateca chamado Ryu Hoshi. O japonês, provando ser um bom filho-da-puta, além da vitória, ainda presenteou Sagat com uma cicatriz no peito causada por um Shoryuken bem aplicado. Isso foi o suficiente para Sagat se tornar um homem sedento por vingança. Tal obsessão faz pessoas cometerem loucuras, e com o Sagat não foi diferente, vendo sua reputação desmoronar, o careca foi trabalhar com ninguém menos que.... Roberto Justus! É???? Claro que não, ele foi trabalhar para o M. Bison caceta!


M.BISON (TAILÂNDIA) – Finalmente chegou a hora de escrever sobre ele. O homem. A lenda. O lutador. O Sorriso alucinado. O quepe vermelho! Ele mesmo! M.Bison! O homem mais odiado da história de Street Fighter (talvez da história do vídeo-game) e por outro lado, um dos mais amados também. Apesar deste que vos escreve ser um grande admirador do Líder da organização Shadaloo, é impossível ignorar as estripulias do sujeito. Olha só:
- É um terrorista medonho. Está envolvido com qualquer coisa que seja associada à palavra “ilícita”.
- Matou o pai da Chun-Li.
- Matou o amigo (sei.) do Guile.
- Detonou o vilarejo do Dhalsim.
- Esculhambou a aldeia do T. Hawk.
- Fez lavagem cerebral na Cammy.
- Raptou e fez lavagem cerebral no Ryu (ou Ken, depende da fonte.)
- Raptou o Gorbachev.
- Seqüestrou a mãe do Blanka.
E não é só isso, há rumores de que ele compra a fiado e jamais paga, aperta a pasta de dente no meio e não dá gorjeta aos garçons. É um legítimo son of bitch! Mas voltando ao caráter, e não as ações, o mestre da maldade acha que está fazendo tudo em prol de um bem maior... Eu queria ter um chefe assim. Em sua batalha final, Bison mostra o quanto é mal, pois o pior adversário dele é ele mesmo! Após se derrotar, Bison finalmente alcança o sonho de 100% da comunidade maligna: Dominar o Mundo! Boa sorte pare ele e para os outros milhões que almejam isso.

Bem pessoal, esse post foi como Street Fighter, gigante! E pode ter certeza que muitos outros posts virão! Segue um petisco!




segunda-feira, 30 de novembro de 2009

BERSERK



"Neste mundo, o destino do homem é controlado por alguma lei ou entidade transcendental. Ao menos o homem sabe que não tem controle sobre sua própria vontade".

Vou inaugurar o Coliseu da Discórdia escrevendo sobre um dos melhores (e mais violentos) mangás de todos os tempos. BERSERK. A história do truculento e azarado Gatts vem sendo publicada há mais de 20 anos (infelizmente, em uma velocidade de “jegue vindo de ré”), totalizando até o momento 34 volumes nipônicos. O que é muito pouco se você for fazer as contas. Mas reclamações à parte, o autor japa louco Kentaro Miura merece muitos parabéns pela sua obra. Inspirado por filmes como “Conquista Sangrenta”, ”Hellraiser – Renascido do Inferno”, “Conan - O Bárbaro”, “Highlander – O Guerreiro Imortal” (quanto subtítulo!) e o extenso romance japonês “Guin Saga”, Miura criou uma obra única e capaz de fazer até o cérebro do mais bronco dos leitores explodir.


BERSERK conta a história de Gatts, Gatsu, Gats ou ainda Guts (ou meu Urubu para os íntimos), um solitário espadachim que caça demônios e busca vingança contra uma entidade denominada “Mão de Deus” em uma época "capa e espada". O Storyline do 1º arco da história é praticamente este: Um anti-herói em busca de vingança que não hesita em fatiar qualquer um que esteja no seu caminho. Apesar da premissa simples, a violência, o desenrolar da história e principalmente a personalidade forte de Gatts tornam a história única. Não vou entrar em maioress detalhes, mas esse 1º arco é claramente inspirado no clássico do horror britânico “Hellraiser-Renascido do Inferno” de 1987. Essa fase da história é conhecida como “Black Swordsman” e conta com poucos (porém interessantes) personagens e inúmeros capangas que estão na parada apenas para virarem guisado nas mãos de Gatts. Muitas dúvidas são levantadas e poucas respondidas. Porque Gatts não tem um olho e um braço? O porquê de tanta sede de vingança? O que diabos é a Mão de Deus? Que porra é essa de Behelit, um estranho artefato com nariz, boca e olhos?

O 2º arco da história conta os eventos que antecederam o volume Um e responde as principais perguntas acerca do misterioso passado de Gatts. Além de apresentar personagens de importância vital para a série. Contar mais do que isso é estragar a épica história.
Além do mangá, que parece estar longe de acabar, Berserk possui um anime de 25 episódios que engloba os acontecimentos do 2º(e favorito para muitos) arco da história. Apesar de muito menos violento que o mangá, se prepare para diversos banhos de sangue. O anime possui uma simples, porém satisfatória animação, boa dublagem e uma excelente trilha sonora. Todas as músicas, do opening (Tell me why), dos backgrounds(Gattsu é a melhor), até o melancólico encerramento(Waiting so long) são ótimas. Vale destacar a fenomenal “Forces” de Susumu Hirasawa.

Berserk também possui dois games. Um para Dreamcast e outro para PS2. Ambos são diversão garantida. A apresentação do game de PS2 é um show à parte.





Meu 1º contato com Berserk foi nos meados de 1999, quando comprei a saudosa revista Super Game Power e havia uma pequena reportagem sobre um jogo carniceiro, chamado "The Sword of Berserk: Guts' Rage" para o console sensação do momento, o Dreamcast (Caracas, faz muito tempo mesmo!). Segundo as palavras do “piloto”, o jogo contava a história de Guts, um guerreiro mal-humorado e descornado que chacinava monstros “que pareciam ter saído de Resident Evil” com uma espada gigantesca, que anos mais tarde descobri que “era grande demais para ser chamada de espada”. O título me chamou a atenção, mas como ninguém que eu conhecia possuía um DC(e muito menos interesse em achar o game), fiquei só na vontade mesmo. Até que no dia 28 de dezembro de 2000, quando fui à banca do Canoas Shopping comprar meu 1º mangá (Dragon Ball é claro!), vi outra saudosa revista, a Ultra Jovem, e como o preço era camarada, decidi comprar. A matéria da capa era sobre Dragon Ball GT (Hunf!), mas o que havia me chamado a atenção mesmo era que havia uma reportagem sobre Berserk. E aí meu amigo, foi uma viagem só de ida para o mundo caótico do Espadachim Negro.

Lotado de combates avassaladores, pedaços de gente voando para todos os lados, momentos do mais puro terror, personagens dotados de grande carisma, pedaços de gente voando para todos os lados, cenas de nudez e sexo, pedaços de gente voando para todos os lados, drama, pedaços de gente voando para todos os lados, comédia (apesar de que esse nem sempre se encaixa bem) e muito, mas muito mistério, Berserk tem tudo para prender a atenção de que não dispensa uma boa história com baldes e baldes de sangue. Recomendo até mesmo para aqueles que não são muito chegados em mangás. Aliás, já falei que é lotado de pedaços de gente voando para todos os lados?